sexta-feira, 4 de junho de 2010

Onde os oceanos se encontram


Onde todos os oceanos se encontram, aflora uma pequena ilha.Ali, vivem desde sempre Lânia e Lisíope, ninfas irmãs que vivem a serviço do mar, que ali depositava os corpos de pessoas afogadas.Cabia a Lânia a mais forte, retira-los do mar e a Lísiope limpar e envolve-los nos lençóis de linho e devolver ao mar.Foi num desses dias que Lânia viu um corpo e foi retira-lo.Viu que era um homem jovem e bonito.Apaixonou-se perdidamente e decidiu não devolver o morto ao mar.Foi a língua de pedra estreita e cortante que avançava mar adentro e chamou a Morte pedindo á ela vida ao homem.A Morte concordou dizendo que quando a maré subisse e tocasse com a primeira espuma seus cabelos, ele viveria.E assim ocorreu.
Só que ao abrir os olhos o homem sorriu e se apaixonou por Lisíope, sua irmã.Argumentos, choradeiras, nada demoveu o casal de amantes.Desesperada Lânia foi falar com a Morte e pediu para ela levar Lisíope e deixasse o homem e ela a sós.E nada mais quereria.A Morte concordou dizendo que Lisíope deveria deitar com os pés voltados para o mar, na areia da praia.Quando, o primeiro beijo de sal a aflorasse, ela o levaria.Feito isso, a ninfa seduziu a irmã até a praia e preparou-lhe a cama numa noite de luar,noite quente e perfumada.Escondeu-se numa árvore e esperou.Só que o mar estava calmo e demorou a fazer ondas.Lânia dormiu atrás da árvore.E o moço dormiu ali perto, acordando com um raio de luar e procurando Lisíope.Viu-a na praia, foi ao seu lado e não querendo acordá-la, deitou-se ao seu lado e abraçou-a.Lânia acordou ,com o dia claro e viu o travesseiro abandonado, o lençol flutuando ao longe.E nenhum sinal da irmã.Contente, foi conferir.Mas não correu muito.Diante de seus passos, estampada na areia, deparou-se com a forma de dois corpos deitados lado a lado.A maré já havia apagado os pés, breve chegaria a cintura.Mas na areia molhada a marca das mãos se mantinha unida, como se á espera das ondas que subiam.



autor: Marina Colasante.

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